- Fernando Braune
Ritos de passagem(memórias abertas de Charlotte)
XLI
Mais uma vez a noite me ganhava. Na noite sou dia. Desfaço fantasia. Encontro moradia. Em mim, noite é vinho tinto, quase absinto!
Anos a fio trabalhando na noite. Resiliência! Ponte antre artista e audiência. Comandando o cabaré, “Rosa”, meu nome de batismo, entrou em discussão. Muita sugestão para o nome adequado. Encontrei! Um achado!
Charlotte: “mulher livre”; “mulher do povo”. A Rosa do jardim secreto a se abrir em noites polares intermináveis. Ao sol da meia-noite!
Primeira noite no Cabaré como Charlotte. Me olho. No giro do espelho, no esfumaçado da penumbra, me vejo no “Baile Perfumado”. Estado tresloucado!
Estreita, a vereda da vida. Cheiro de flor de manacá comendo “Foie Gras”! Floresta tropical “em passant”, cheirando a croissant. Abraços de de vó a granel, num vidro de
“Chanel”.
Meu coração tropical no “Le Monde” matinal!!!
