- Fernando Braune
Ritos de passagem(memórias abertas de Charlotte)
XXIX
Meses a fio, vida tardia e noite. Que se faz cansaço, me consome e desgasta. Que dela me afasto, me arredo, me basto.
Nas noites, rompendo madrugadas, segue Cássio. Violão em punho, amigos à queima roupa, vida que não é pouca. Nos bares, boates, não há recesso, tudo é excesso. De álcool, perfume, eu que me acostume!
Entre sons e canções, deusas nos corações. Papos furados, “whiskies”, delicadezas, gente de cama e mesa. Duro competir, gente pronta pra partir.
Cordas que tocam, embalam sonhos. De mansinho vão levando, eu em casa descansando. Pronta pro batente, deixo tudo arrumadinho. Saio cedo, nem o Cássio, nem beijinho!
Lá se foi o Cássio junto aos seus. Leva seus sonhos, eu com os meus. Voltando a ser só. Aprendendo a só Ser!
